19 de dezembro de 2007

Aprendizagem colaborativa e cooperativa


A aprendizagem colaborativa é um processo que ajuda os estudantes a alcançarem níveis mais profundos de conhecimento, da partilha de objectivos, da investigação mútua e do processo de construção de significados. Jonassen et al. (1995) consideraram que o resultado da aprendizagem colaborativa inclui a construção de significados individuais e a construção social de conhecimento numa comunidade de aprendizagem. Não são apenas as actividades colaborativas em si que sustentam uma comunidade de aprendizagem, mas sim o espírito de colaboração.

Paulsen (2006) analisa esta questão mais profundamente e considera que as teorias de aprendizagem se centram quer nas aprendizagens individuais, quer nas colaborativas, quer ainda, nas cooperativas. A aprendizagem individual fornece muita flexibilidade aos indivíduos mas promove menos a integração em comunidades de aprendizagem. A aprendizagem colaborativa requer participação numa comunidade de aprendizagem mas limita a flexibilidade individual. Em oposição às duas teorias anteriores, a teoria de aprendizagem cooperativa concentra-se nas oportunidades para encorajar tanto a flexibilidade individual como a aproximação a comunidades de aprendizagem.

A aprendizagem cooperativa procura promover alguns benefícios da liberdade individual e outros da colaboração em comunidades de aprendizagem online. Isto é, ela transforma os ambientes de aprendizagem virtuais que enfatizam a liberdade individual em comunidades de aprendizagem online. As diferenças entre as três teorias de aprendizagem estão ilustradas na Figura - Ambientes de aprendizagem individual, colaborativa e cooperativa. Baseado em Paulsen (2006).

Um aspecto chave na aprendizagem cooperativa é que a cooperação deve ser voluntária e atractiva, apelativa e interessante. Deve ser vista como uma oportunidade para aqueles que procuram cooperação. O desafio é, sobretudo, ajudar os interessados na cooperação a encontrar parceiros de aprendizagem adequados. Além disso, é necessário persuadir ou motivar os restantes para contribuírem para a comunidade de aprendizagem, até porque o isolamento total não deve ser encarado como um comportamento adequado. Todos os alunos devem, pelo menos, ser vistos como potenciais parceiros e como recursos para os outros. O problema é que os alunos que não contribuem para a comunidade não podem ser sentidos como recursos para os outros e, quando isso acontece, reduzem o potencial da comunidade de aprendizagem. Neste contexto, pode defender-se que uma comunidade de aprendizagem bem sucedida depende de um contrato ou da aceitação de que todos os membros têm obrigação de servir como um recurso para a comunidade de aprendizagem. Assim, muitos alunos online procuram liberdade individual e flexibilidade, muitos outros precisam ou preferem aceder a uma comunidade de aprendizagem. Estas metas não são fáceis de conciliar mas existe uma variedade de meios que podem ser implementados para apoiá-las. Se isto for bem feito, é possível ter um ambiente virtual de aprendizagem cooperativa que funciona bem (Paulsen, 2006).

É fácil de compreender (e quem já frequentou um curso on-line, pode confirmar-lo) que uma comunidade com um ambiente de aprendizagem eficaz caracteriza-se por os alunos se sentirem à vontade e confortáveis, em que as suas necessidades individuais são respeitadas e por isso mesmo, a sua criatividade, o seu tipo de aprendizagem, as suas investigações e as suas opiniões são tidas em conta. Por outro lado, as metas a alcançar num curso on-line devem ser ambiciosas, mas ao mesmo tempo atingíveis para que os alunos sintam que se esforçaram, mas no final esse esforço foi recompensado.
Jonassen, D., Davidson, M., Collins, M., & Haag, B. (1995). Constructivism and computer-mediated communication in distance education. American Journal of Distance Education, 9(2), 7-26.
Paulsen, M. F. (2006). COGs, CLIPs e outros instrumentos de apoio à aprendizagem cooperativa realizada em ambientes virtuais.
http://home.nettskolen.nki.no/~morten/

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