Autores como, Gunawardena, 1995; Gunawardena & Zittle, 1997; Wegerif, 1998; Tu, 2000; Picciano, 2002; Richardson & Swan, 2003; Walther, 1994, observaram que uma maior percepção de ligações sociais entre os participantes em cursos online, significava um maior sucesso na aprendizagem online. Isto é, os alunos mais salientes socialmente apresentavam também um maior sucesso na aprendizagem online, observado nas tarefas realizadas.
Richardson & Swan (2003) consideram que a aprendizagem é uma actividade social e que as pessoas aprendem mais interagindo umas com as outras, do que utilizando apenas os materiais didácticos de apoio. Estas investigadoras referem também que quando os alunos se apercebiam de uma maior frequência de comportamentos de proximidade, por parte dos seus professores obtinham notas finais mais elevadas e valorizavam mais o seu curso. Assim, a percepção social dos outros, tanto dos colegas como do professor, representa uma parte essencial da experiência de aprendizagem de cada um. Aqueles autores concluíram igualmente que a quantidade e a intensidade de presença social sentida nos cursos online, estava directamente relacionada com a aprendizagem observada.
Mas a investigação de Picciano (2002) mostra que a percepção da presença social não apresenta uma relação estatistica significativa com a performance dos alunos nos exames, apesar de se observar uma relação significante entre a presença social dos alunos e a sua performance em comentários escritos.
Russo & Benson (2005) reportam que a percepção da presença quer dos colegas, quer dos professores estavam significativamente correlacionadas com a quantidade de aprendizagem afectiva e, particularmente, com a satisfação dos alunos com a sua própria aprendizagem.
Também, alguns alunos de Rourke & Anderson (2000) consideraram que uma elevada proporção de aspectos sociais na comunicação podem interferir ou mesmo sobrepor-se à troca de informação e experiências realmente importantes para a aprendizagem. Em particular um comentário de um aluno anónimo ilustra bem este ponto:
“o ambiente social é difícil de julgar, por um lado, as contribuições eram superficialmente amigáveis e havia uma certa relutância em perturbar este clima amistoso, ao trazer novas questões que poderiam criar conflitos com os colegas. O carácter da comunicação era quase sempre tão agradável para ser útil. Se por um lado, não me sentia inibido pelos comentários em geral, já me sentia relutante por trazer novos pontos para a discussão. O ambiente tornou-se muito mais social do que proveitoso para a troca de ideias. Por isso, comecei a ficar cansado com a delicadeza dos protocolos online, desejando apenas que os outros participantes fossem directos ao assunto.”
Outros autores também focaram este aspecto, da pobreza crítica das discussões online, como é o caso de Garrison et al. (2000) e Kanuka & Anderson (1998). Todavia, muitos outros autores, observaram exactamente o contrário, tornado claro que em casos como estes, será importante a presença do professor para orientar e focar mais as discussões, separando os aspectos sociais e os conteúdos cognitivos da discussão.
Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2000). Critical inquiry in a text-based environment: Computer conferencing in higher education. Internet and Higher Education, 2(2-3), 1-14. Acedido em 21.08.2006: http://communitiesofinquiry.com/documents/CTinTextEnvFinal.pdf
Kanuka, H. & Garrison, D. R. (2004). Cognitive Presence in Online Learning. Journal of Computing in Higher Education. Spring 2004, Vol. 15(2), 30-?. Acedido em 17.08.2006: http://communitiesofinquiry.com/documents/Cog%20Presence%20in%20Online%20Learning%20JCHE.pdf#search=%22Cognitive%20Presence%20in%20online%20learning%22
Picciano, A.G. (2002). Beyond student perceptions: Issues of interaction, presence, and performance in an online course. Journal of Asynchronous Learning, 6 (1). Acedido em 17.03.2006:
http://www.sloan-c.org/publications/jaln/v6n1/v6n1_picciano.asp.
Richardson, J. C. & Swan, K (2003). Examining Social Presence in Online Courses in Relation to Students Perceived Learning and Satisfaction. JALN Volume 7, Issue 1
Acedido em 24.02.2006: http://www.sloanc.org/publications/jaln/v7n1/pdf/v7n1_richardson.pdf
Russo, T., & Benson, S. (2005). Learning with Invisible Others: Perceptions of Online Presence and their Relationship to Cognitive and Affective Learning. Educational Technology & Society, 8 (1), 54-62. Acedido em 10.02.2006: http://www.ifets.info/journals/8_1/8.pdf
Rourke , L., & Anderson, T. (2000). Exploring Social Communication in Computer Conferencing. Journal of Interactive Learning Research 13 (3), 259-275.
Acedido em 15.01.2006: http://communitiesofinquiry.com/documents/Rourke_Exploring_Social_Communication.pdf
Wegerif, R. (1998). The social dimension of asynchronous learning networks. Journal of AsynchronousLearning Networks, 2 (1). Acedido em 04.04.2006:
http://www.sloan-c.org/publications/jaln/v2n1/pdf/v2n1_wegerif.pdf
26 de dezembro de 2007
Influência da presença social na aprendizagem efectiva
Publicada por
JLS
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12/26/2007
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