O conceito de presença social deve-se a Short, Williams & Christie (1976) e foi definido como a capacidade de um determinado meio de comunicação apresentar a “saliência da outra pessoa na interacção inter-pessoal”. Aqueles investigadores afirmaram que cada meio de comunicação conduz a diferentes níveis de presença social, a qual dependeria essencialmente da capacidade de transmitir informações não verbais (ex: direcção do olhar; contacto ocular) e vocais (ex: tom de voz; inflexões de voz) in Swan & Shih, 2005. Porém, a noção de presença social tem evoluído. De facto, alguns autores como, Walther (1994); Gunawardena & Zittle, (1997); Byam (1995) verificaram no terreno que a presença social observada, na interacção online, variava e dependia de cada participante da discussão online, o que significa que a presença social é muito mais uma questão individual e subjectiva do que uma questão objectiva da qualidade do meio de comunicação. Por vezes, os participantes consideravam inclusivamente que as discussões online eram mais pessoais do que aquelas que tinham lugar em salas de aula no ensino presencial (Swan & Shih, 2005).
Neste âmbito, autores como Gunawardena (1995); Gunawardena & Zittle (1997) definem presença social como sendo o grau em que uma pessoa é reconhecida como “real” na comunicação mediada por computador:
“the degree to which a person is perceived as a ‘real person’ in mediated communication”
Estes autores desenvolveram investigações para medir a percepção que os alunos têm da presença social em cursos online e concluíram que a presença social observada se relacionava com a satisfação que os estudantes sentiam com a comunicação online, o
que significa dizer que a presença social é maior quando os alunos que utilizam a comunicação mediada por computador, se sentem socialmente e afectivamente ligados entre si. Num sentido mais amplo, Jacobson (2001) considera que a presença social corresponde à sensação de um indivíduo se sentir completamente absorvido e emergido numa actividade online.
Outros autores interpretaram o conceito de presença social como (em Aragon, 2003):
“the feeling that others are involved in the communication process”
(Whiteman, 2002)
“the degree to which a person feels ‘socially present’”
(Leh, 2001)
“the degree of person-to-person awareness”
(Tu, 2000)
“the sense of being present in a social encounter with another person”
(McLellan, 1999)
Voltamos agora ao modelo da comunidade de investigação de Garrison et al. (2000) para definir presença social:
“We define social presence as the ability of participants in a community of inquiry to project themselves socially and emotionally, as ‘real’ people”
Como já anteriormente foi referido, estes autores definiram presença social como a habilidade dos estudantes se projectarem social e emocionalmente numa comunidade de investigação. A função deste elemento é o de apoiar os aspectos cognitivos e afectivos da aprendizagem. A presença social auxilia o alcance das metas cognitivas, pelo facto de incentivar e manter o pensamento crítico numa comunidade de aprendizagem.
Os objectivos afectivos são apoiados pela presença social, na medida em que esta torna as interacções no grupo mais cativantes e intensas, encorajando os estudantes a serem
persistentes e a empenharem-se na conclusão das tarefas e também do curso (Rourke et al., 2001). A presença social não está apenas relacionada com preparação do ambiente, mas com o suporte do discurso e também com criação da própria experiência educacional, a qual depende da interacção dos três elementos do modelo: a presença social, a presença cognitiva e a presença de ensino.
Então, para Garrison et al. (2000) a presença social funciona assim como:
“support for cognitive presence, indirectly facilitating the process of critical thinking carried on by the community of learners…social presence is a direct contributor of the educational experience”.
Aragon, S. (2003). Creating social presence in online environments. New Directions for Adult & Continuing Education, 100, 57-69.
Acedido em 09.11.2006: http://fpdc.kent.edu/online/doc/aragon.pdf
Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2000). Critical inquiry in a text-based environment: Computer conferencing in higher education. Internet and Higher Education, 2(2-3), 1-14. Acedido em 21.08.2006:
http://communitiesofinquiry.com/documents/CTinTextEnvFinal.pdf'>http://communitiesofinquiry.com/documents/CTinTextEnvFinal.pdf">http://communitiesofinquiry.com/documents/CTinTextEnvFinal.pdf
ROURKE, L., ANDERSON, T., GARRISON, R., ARCHER, W. (2001). Assessing Social Presence in Asynchronous Text-based, Computer Conferencing. University of Alberta.Acedido em 14.01.2006: http://cade.athabascau.ca/vol14.2/rourke_et_al.html
Swan, K. & Shih, L. F. (2005). On the nature and development of social presence in online course discussions. JALN, 9(3). Acedido em 17.03.2006: http://www.kent.edu/rcet/Publications/upload/socpresJALN.pdf
21 de dezembro de 2007
Presença social
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