Importa agora reflectir sobre o papel do professor em ambientes online de aprendizagem, focando nas suas principais funções e explicitando as competências que permitem tornar o ensino online exequível.
A classificação de Berge (1995) é muito usada e bastante consensual, compreendendo quatro áreas: pedagógica, técnica, social e administrativa:
- Pedagógica, relaciona-se com as actividades educacionais, o moderador deve definir as competências essenciais, orientar as discussões, clarificar conceitos, encorajar a participação e a reflexão, de modo a facilitar a aprendizagem.
- Técnica, o moderador deve auxiliar os alunos a sentirem-se confortáveis com a tecnologia que está a ser usada, isto é, esta deve ser transparente.
- Social, deve ser criado um ambiente amigável, que promova a aprendizagem, através do incentivo das relações sociais, de modo a aumentar a coesão da comunidade de aprendizagem e que se vai reflectir no aumento da aprendizagem.
- Administrativa, envolve o estabelecimento da agenda, dos objectivos, procedimentos e regras das actividades educativas.
Collins e Berge (1997) desenvolveram esta lista para incluir, mais alguns papéis a desempenhar:
- de bombeiro;
- de facilitador;
- de administrador;
- de promotor;
- de ajudante;
- de participante.
Por seu lado, a OTIS (Online Tutoring Skills) considerou onze funções que um tutor deveria possuir:
- Tecnólogo;
- gestor;
- co-formando;
- designer;
- perito em conteúdos;
- pesquisador;
- facilitador;
- assessor;
- conselheiro/consultor;
- tutor;
- mentor.
Outros autores abordam a questão das funções dos professores em cursos mediados por computador, tal como Manson (1991) que identifica três categorias de funções que os tutores devem possuir: função organizacional, função social e função intelectual. Neste seguimento, além destas três funções, Paulsen (1995) considera mais uma, a avaliação. Este autor examinou com grande detalhe as funções do professor on-line e fez algumas recomendações, sobre o que ele chama de técnicas facilitadoras:
- das funções organizacionais, tal como é o caso do estabelecimento das diversas actividades (os prazos para a realização das tarefas e os momentos mais apropriados para participar no fórum);
- das funções sociais, referindo-se à criação de um ambiente online amigável e propício para a aprendizagem;
- das funções intelectuais, considerando a importante função de focar a discussão nos pontos cruciais do debate;
- da avaliação, referindo-se ao diagnóstico pessoal, à apreciação das ferramentas, à avaliação das várias tarefas realizadas pelos alunos e também à avaliação do próprio ensino.
Berge, Z.L. (1995). Facilitating Computer Conferencing: Recommendations From the Field. Educational Technology. 35(1) 22-30. http://www.emoderators.com/moderators/teach_online.html
Berge, Z.L. & Collins, M.P. (2000). Perceptions of e-moderators about their roles and functions in moderating electronic mailing lists. Distance Education: An International Journal, 21(1), 81-100. http://www.emoderators.com/moderators/modsur97.html
Mason, R. (1991). Moderating Educational Computer Conferencing. http://www.emoderators.com/papers/mason.html
HIGGISON, C. A. Online Tutoring e-book http://otis.scotcit.ac.uk/onlinebook/